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domingo, 5 de junho de 2011

Mudaram as estações.

Longe de todas as frases clichês, eu acho saudade uma droga. E nem adianta dizer que ela serve pra nos mostrar o quanto gostamos de alguém ou de algo, ou até nos ensina a valorizar o que está longe. Não, essas frases de consolo não servem pra mim. Eu prefiria mesmo era não ter que sentir o sabor dela, da saudade. Preferiria que muitas coisas tivessem permanecido como eram, mesmo sabendo que nada é imutável e que eu me privaria de grandes experiências..

Mas, as estações mudam, tudo muda.. Mesmo que não saibamos exatamente o quê. Talvez eu tenha mudado e não tenha percebido. Aliás, eu mudei e muito. São 20 anos de constantes mudanças, transformações. São 10 anos em Teresina, em contante readaptação. Em tão pouco tempo, muita saudade. O consolo que eu tenho é que nada vai mudar o que ficou de bom nesse tempo. É que mesmo que eu sinta uma falta incrível de Recife, das pessoas de lá, da praia de boa viagem à noite com uma água de coco na mão ou das minhas tardes de domingo com a casa cheia de gente, eu sei que também tenho coisas boa pra lembrar daqui, de Teresina. Então, repenso o que falei anteriormente: algumas saudades valem a pena sentir. Só o que eu sei é que as vezes “eu fecho os olhos e vejo o lugar onde morava, quando era jovem” e que de repente 10 anos passam muito rápido e eu esqueço as coisas mais rápido ainda. Acho que meu grande medo é esquecer o quanto eu fui feliz ou pelo menos esquecer essa minha ilusão: que fui feliz lá. Eu só sei que eu me sentia livre, que eu podia ser tudo o que eu queria. E quando eu paro pra pensar, eu nunca imaginei vir morar aqui, fazer o curso que eu faço ou outra séries de coisas em minha vida. Isso também me dá medo: não importa quantos planos eu fiz antes, a maioria deles caiu por terra. O que me resta é deixar os planos de lado, pensar nas metas e esperar mais 20 anos com saúde, paz e quem sabe, com alguma sabedoria. É esperar que “os dias de cão acabem e que a felicidade me acerte como um trem nos trilhos”, que eu “deixe toda a minha angústia de lado e pare de brincar com o perdão ou de esperar que algo me salve do meu jeito antigo”.

Uma vez eu li que, quando você sai de sua terra natal, vira um cidadão sem terra ou um de todo lugar. Sendo assim, “mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir, nem tentar agora tanto faz, acho que estou em casa.”

E eu já amo muita coisa aqui, já amo muita saudade que tenho, muitas pessoas que conheci e conheço e que me proporcionaram e proporcionam momentos incríveis. Mesmo eu vivendo uma vida que se quer pensei um dia, eu sou ainda incrívelmente feliz. Tenho uma família maravilhosa, grandes amigos e saúde. E é isso que importa, certo?

E é essa a hora que eu paro de chorar ou escrever as minhas besteiras habituais e penso na vantagem dos 20 (?).

♪ Moça, olha só o que eu te escrevi: É preciso força pra sonhar e ver que a estrada vai além do que se vê.”

Enquanto escrevia, escutei repetidamente as músicas: Por Enquanto, When You Were Young e Dog Days Are Over, daí as referências.

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