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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Mais amor

Às vezes, pequenos problemas que surgem nas nossas vidas parecem ter uma importância gigantesca. Na maioria das vezes é assim. Mas ontem, ontem não foi. Não teve tempo fechado, não teve notícia ruim, não aconteceu nada que me tiraria a felicidade que senti.

Ontem eu falei com tua mãe, pequeno. E não seria nada diferente de todas as nossas conversas se não fosse por uma imagem: ela me mostrou que tá te esperando. E eu chorei, chorei muito, por que não sabia como controlar todo o amor que me invadiu, toda a felicidade que me tomou em cheio e me deixou completa. E eu descobri um outro amor, um amor por uma coisa linda que nem chegou mas que já tem um espaço grandão no meu peito.

Eu nem te conheço, mas já te amo. Na verdade, acho que conheço sim, já sinto a sua presença, já consigo até ver esse sorriso bonito! E nem quero agora pensar nessa distância grande que tem entre a gente. E que não vou poder ver cada segundinho do teu crescimento. Quero pensar na felicidade de te ter na família: primeiro neto da Dona Iracema e Seu Raimundo, primeiro sobrinhos dos tios mais amorosos e babões que existe nesse mundo, Lucas e eu. E a gente te ama. A gente te ama pra caramba.

24 horas se passaram desde que soube da notícia e ainda tenho dificuldade pra controlar o choro. É que eu achei que sabia como era esse troço, amar tanto uma criança, ficar feliz com a chegada de uma coisa linda dessa, mas, agora é diferente. Agora tu é MEU. Sim, meu sobrinho, ou sobrinha, mas, MEU. Não sei quantos dias tu já tem, pequeno, mas meu amor é maior que isso, maior que tu e eu. E incrivelmente eu amo mais a tua mãe e tô me perguntando: “como é que pode isso?”. Mas amo sim, amo vocês, amo essa família linda que você faz parte e minha única vontade agora é que cê tenha muita saúde, por que o resto a gente luta, busca, consegue.

Eu te faço uma promessa agora, minha coisa pequena. A minha promessa é de tentar, todos os dias, fazer desse mundo um lugar melhor e mais bonito pra te receber. Mais feliz ele vai ficar com a sua chegada, que já é muito esperada. Eu te amo e vou tá sempre aqui do lado, do outro lado do oceano, do computador e em alguns momentos (e de coração, eu peço que sejam muitos momentos), eu vou tá do teu lado, conversando, sorrindo, te abraçando. Te amo.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

É que a agonia tem voltado e eu não sei mais o que fazer. Aprendi a respirar fundo contando até dez, é como se fosse uma técnica para acalmar os nervos. Mas não tem sido muito eficaz, veja só, eu respiro fundo e ao fazer isso, parece que todo aquele sentimento que eu quero expulsar vem pra minha pele, pela respiração. Essa agonia foi bem comum durante alguns anos. Quando a gente veio pra Teresina, quando morávamos na casa da vó, no mocambinho, quando estávamos no São Cristovão e ao fim de cada dia em que eu desejava não ter o próximo. Esse foi um período difícil, de coração pesado e mente confusa. Quando a gente tava no Pedra Mole e painho traiu mainha. Ai parece que piorou. Era tanta dor, tanto choro. Saímos, painho foi junto e depois não foi mais. Era complicado pensar em como a pessoa que devia te amar mais que tudo de repente nem sabia como você estava. Por um lado, o alívio pelo fim dos gritos ao telefone, porta de colégio e por não ter mais aquela presença forçada. Por outro, o sentimento de insignificância, o medo de não conseguir, a impotência. Ai, painho voltou, as coisas pareciam ter melhorado. Mas agora, o medo dele sair de novo e não voltar. Aquela raiva por confiar e depois se sentir mal por ter feito isso. O desespero que é tão difícil de controlar, junto com os pensamentos.

Lucas, te amo

Durante alguns anos o mês de maio era o mais difícil de todos. É um pouco óbvio imaginar que o prazer de comemorar algo era logo substituído pela agonia da lembrança. Mas aos poucos o presente parecia tão recompensador que a dor era algo cada vez menor. Eu tenho chorado tanto, mas, tentado tanto não chorar. Lucas, acabei de brigar contigo e me perdoa, por favor! Eu te amo. Eu sentia culpa pelo que te aconteceu e demorou muito tempo pr’eu encontrar a paz, no que se refere a você. Me desculpa. Mainha vive dizendo que a gente só sabe o que é o amor depois de ter um filho, mas, se for maior do que eu tenho por ti, não sei como vai caber nesse coração tão pequeno. Então, não fica com mágoa de mim, tu já tem tanto no que pensar e tanto o que sentir que eu não quero te acumular nada, aumentar nada que não seja amor e compreensão na tua vida. É que a agonia tem voltado, eu to tão confusa que acabo fazendo besteira, me perdoa por esse defeito. Eu te amo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Lugar


Todos nós temos o nosso lugar e sabemos aonde ele fica.

Sempre, desde que nascemos. Quantas vezes já não te perguntaram: de onde você é? Você já sabe, é o lugar onde você nasceu. Foi (e sempre será) o seu primeiro lugar. Você pode hoje estar morando a centenas de quilômetros daquele lugar. Mas ele está lá, o seu lugar.

-Mario Prata, Cem Melhores Crônicas (que, na verdade, são 129)

Mario Prata me entende.

Ps: na imagem, Recife.

Aos Amigos



Fiz ontem minha matrícula do semestre, o que eu considero quase um ultraje já que na última sexta eu completei uma semana de férias. Depois de encontrar minhas amigas e dar muitas gargalhadas, inventar novas brincadeiras e fazer os habituais planos: “vamo se ver na Sexta?”, fui à farmácia, já que meu irmão estava doente e eu precisava estocar remédios. No trajeto, pensei no quanto aquele tempinho com elas me fez bem. Nas risadas que elas me proporcionaram durante aquelas duas horas e em como rir é sempre meu remédio. Acho que por isso que adoeço pouco: sorrio muito. E se isso acontece com frequência, só posso agradecer aos meus amigos. A todos eles. Se eu for escrever nome por nome, posso acabar sendo injusta. Se tiver amigos é sinal de riqueza, eu sou muito afortunada. Tenho de todos os tipos e jeitos. Amizades longas, de muitos anos, ou de poucos dias. Amigos irmãos e irmãos amigos. Amizades que algumas vezes foi conquistada aos poucos, conversa por conversa, até se adquirir confiança ou que muitas vezes surgiu do nada, da vida, que na mesma hora bateu aquilo: “eu pareço contigo, senta aqui e vem bater um papo”. Essas pessoas que me proporcionam horas de descontração, da fuga dos pesares e problemas do dia-a-dia. Com elas, sempre surge às piadinhas internas que não são tão internas assim. Surgem as ideias mirabolantes, os planos pro futuro. Depois de 20 anos, eu sei que não vou poder ter todos vocês, meus amigos, comigo daqui a algum tempo. A gente nunca sabe as surpresas que a vida proporciona. Mas desejo muito ter vocês por perto enquanto for possível. Eu só espero que com a ajuda de vocês, nós possamos aproveitar cada segundo da vida, do dia. Cada ida à pizzaria, pastelaria, cinema. Toda conversa boba nos bate-papos da vida, nos chats, nos emails compartilhados. Toda a Sprite que bebemos juntos. Toda vez que cantei desafinadamente bem alto e que vocês deixaram ou repreenderam. Obrigado por tentarem me ensinar a levar a vida menos a sério, com menos drama, pra ser capaz de ver de forma mais clara as coisas boas. Às vezes, é disso que se precisa: menos seriedade, menos stress, menos. A maior beleza está na simplicidade e daí à importância da amizade: elas são simples. Obrigada meus amigos. Que é a família que eu escolhi. E obrigada aos meus familiares, que conseguiram juntar a beleza da amizade nos laços sanguíneos. Vocês todos são fundamentais pra mim. E minha saúde precisa de vocês.

Andy: “Woody tem sido meu amigo desde sempre. É corajoso como um cowboy deve ser! Gentil, inteligente.. Mas, o que faz do Woody especial é que ele nunca desiste de você, nunca. Ele vai estar contigo pro que der e vier.”

domingo, 5 de junho de 2011

Justificativas

Mas, vou à algumas justificas. Eu sou sim, um pouco grosseira. Às vezes, não tão pouco. Eu sou pernambucana. Tudo bem que vivo aqui em Teresina metade da minha vida já, mas, eu cresci lá e vim pra cá com muitas manias e muitos jeitos. Lembro muito bem que quando vim pra cá, achava muito estranho ver as meninas andando com braços “juntos” pelos corredores do colégio. Lá, isso não era muito comum. Só o que o fato de ser pernambucana não é uma grande justifica. Eu conheço muitos pernambucanos -claro- e a maioria que EU CONHEÇO tem essa característica de ser um pouco arredio. Mas, só pra contrariar essa teoria, tenho uma irmã, pernambucana, mais velha, logo viveu mais tempo lá, e que é um doce de pessoa, às vezes é doce demais. Segunda tentativa de justificativa: Eu tenho muitos amigos homens. Estudei seis anos em um mesmo colégio e andava com três meninas e sete meninos. Logo, me acostumei com o jeito grosseiro deles de dizer que não vai sentir saudade da gente durante as férias e coisas assim e ainda, uma grande amiga, a que eu andava sempre junto e conversava todo dia, era um poço de BRUTALIDADE. A terceira tentativa de justificar, e talvez a mais correta seja a tentativa de se proteger. Quanto mais distante, menos envolvida, menos mágoa se tem. Eu acreditava piamente que “people always leave”, e manter a distância, diminui o convívio e se torna mais fácil de dizer adeus. E no fim, muitas pessoas foram pra longe. Muitas eu sinto falta, queria perto de mim todos os dias, outras, eu devo dizer que é melhor estar como está. Mas, é só uma forma de autoproteção. Uma forma de não permitir que ninguém tire esse aparente equilíbrio que eu demorei tanto tempo para encontrar. Mas, se a pessoa realmente valer a pena, eu sei que sou capaz de baixar a guarda. Espero que eu seja.

Desenvolvimento

Sempre me julguei uma sentimental. Um poço de sensibilidade, como no título da música do IRA!. Achava-me cheia de melosidade e os mimi’s existentes. Ainda tentei me definir com a música “Sentimental Heart”, de She & Him, que diz claramente: “velhos hábitos são difíceis quando você tem um coração sentimental.” Logo eu, que costumava tirar no mínimo duas noites por mês para repensar como as coisas seriam se eu vivesse com meus hábitos antigos. E como diz na música: “chorei a noite inteira até que não houvesse mais nada.” É assim que acabam essas noites.

Mas, na maioria das vezes eu tento esconder essa grande parte de mim deixando claro que sou “à prova de balas”, como diz La Roux em Bulletproof ou em um texto de Clarice Lispector, onde ela exprime tanta felicidade que só eu sou capaz de sentir. Sim, muitas vezes me sinto como uma transmissora da felicidade, como diz Herbert Viana: “o que é que o mundo fez pra você rir assim?”. Sim, me imagino como alguém que vive sorrindo, daquele tipo que tem um sorriso pra cada ocasião e só o fato de aparecer séria já significa algo errado. Nem com raiva eu consigo ficar totalmente séria.

Mas, recentemente, descobri que me enxergam de uma maneira diferente. Como uma heartless, “que em algum lugar dessa estrada, perdeu sua alma.” Tudo bem, essa é uma visão BEM exagerada, rs. Mas, eu soube que me vêem como alguém verdadeiramente bem grosseira. Já comentaram que eu era do tipo durona, que eu nunca tinha me apaixonado ou gostado de alguém, pelo simples fato de que não saio distribuindo beijos e abraços.

Hoje, acho uma quarta definição: Como um ser peculiar, estranha de diferentes maneiras. Capaz de me encaixar em várias tribos, várias situações, capaz de me camuflar e ser muito sociável. Capaz de não ser só uma, de ser a Natali que você merece, que você escolheu. Capaz de no fim das contas, não ser definível.